sábado, 16 de abril de 2011

Brasília - 50 anos - Fotos da Construção - por Gautherot - fonte Estadão

(3) Brasília, editado pelo Instituto Moreira Salles. A obra será lançada no dia
Brasília por Gautherot
10 de abril de 2010 16:00 por Nilton Fukuda - O ESTADO DE SÃO PAULO
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Tópicos: Brasília, Fotografia, Fotojornalismo, Instituto Moreira Salles, Marcel Gautherot


Em 1958, o fotógrafo franco-brasileiro, Marcel Gautherot foi convidado por Oscar Niemeyer para registrar a construção de
Brasília. Por dois anos Gautherot fotografou as obras da cidade, que se tornaria um marco da arquitetura e do urbanismo
modernista, inaugurada em 1960.
As imagens que seguem é parte integrante do livro
29 de abril no IMS, situado na Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, no Rio de Janeiro. O evento terá início às 19h e,
paralelamente, uma exposição com as fotos entrará em cartaz.
Marcel Gautherot nasceu em Paris em 14 de junho de 1910. Fixou residência no Brasil em 1940. Apaixonado pelo país,
fotografou a cultura e as paisagens do Brasil ao longo de toda a sua vida. Morreu em 8 de outubro de 1996, no Rio de Janeiro.
O acervo de mais de 25 mil fotos, hoje integram o acervo do Instituto Moreira Salles.

Palácio do Congresso Naciona/IMSl. Brasília, 1960. Foto: Marcel Gautherot
Palácio do Congresso Nacional. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gauth












Início da concretagem da cúpula do Senado Federal. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS


melhores lembranças: recordações muito especiais de um tempo em que preponderava um ambiente de confraternização e solidariedade. Nós, arquitetos, e os
operários todos iguais, experimentando os mesmos incômodos, partilhando as mesmas alegrias e preocupações.
Há uma frase atribuída ao senhor: “Estou me lixando para os clientes”. Ainda pensa assim?
Acredito que nunca tenha dito isso. É provável, até, que eu possa, num momento de mau humor, ter reclamado de algum cliente… Procuro sempre receber aqueles que
se interessam em solicitar um projeto com a maior boa vontade e me empenho em atendê-los da melhor maneira possível, jamais subestimando o programa
apresentado. Talvez nisso resida o sucesso do meu escritório no Rio.
Que conselhos daria aos arquitetos que ainda virão?
Aos futuros arquitetos, sobretudo aos jovens estudantes dos cursos de Arquitetura, sempre recomendo que se voltem permanentemente à leitura, em particular, à leitura
dos clássicos da literatura e do pensamento filosófico e político. Essa é a melhor maneira de eles não perderem o seu interesse pelas questões mais importantes –
sobretudo pela luta por um mundo mais justo e fraternal – e não ficarem presos apenas aos assuntos da profissão. É evidente que a arquitetura é importante; no
entanto, mais importante do que ela é a vida e este mesmo mundo que um dia iremos transformar.
O que é a existência para o senhor, que já viu tanta coisa passar?
Uma vez respondi a uns colegas do jornal
não devem perder a confiança em podermos sempre fazer a vida mais solidária, o ser humano procurando compreendê-la em suas misérias e grandeza.
O Pasquim: a vida é mulher do lado, e seja o que Deus quiser. Essa é a mensagem que deixo para vocês, que, espero eu,Arte: Pedro Bottino
Palácio do Congresso Nacional. Brasília, 1960. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Início da concretagem da cúpula do Senado Federal. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Capela do Palácio da Alvorada, 1962. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Palácio da Alvorada. Brasília, 1962. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Vista aérea da Praça dos Três Poderes. Brasília, 1960. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Moradias improvisadas em acampamento ao redor do lago Paranoá. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Esplanada dos Ministérios em construção. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Câmara dos Deputados, em fase de construção. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Palácio do Congresso Nacional. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Palácio do Congresso Nacional. Brasília, 1960. Foto: Marcel Gautherot/IMS


5 PERGUNTAS PARA OSCAR NIEMEYER -  blog BETO ABOLAFIO - ESTADÃO
21:21
259 DIAS
SOB CENSURA


Um dos mais renomados arquitetos brasileiros, Oscar Niemeyer, de
102 anos, respondeu por e-mail às questões a seguir


Plural – O que está projetando de mais novo?
Capela do Palácio da Alvorada, 1962. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Palácio da Alvorada. Brasília, 1962. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Vista aérea da Praça dos Três Poderes. Brasília, 1960. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Moradias improvisadas em acampamento ao redor do lago Paranoá. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Esplanada dos Ministérios em construção. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Câmara dos Deputados, em fase de construção. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMSerot/IMS

16 DE ABRIL DE 2010
EDIÇÃO

Oscar Niemeyer – Uma escola de música, no estado de São Paulo, e um teatro voltado a espetáculos musicais, Puerto de la Música, em Rosário, na Argentina, com
capacidade para 2 mil lugares.

Palácio do Congresso Nacional. Brasília, 1960. Foto: Marcel Gautherot/IMS
Câmara dos Deputados, em fase de construção. Brasília, 1958. Foto: Marcel Gautherot/IMS

SP

O distanciamento temporal do projeto de Brasília faz com que o senhor tenha, hoje, qual percepção da cidade, que vai completar 50 anos na próxima quarta?


Uma cidade que continua a crescer num ritmo impossível de conter, a revelar os problemas que afligem as metrópoles modernas. Guardo, no entanto, de Brasília as

domingo, 10 de abril de 2011

Centro Cultural de São Paulo - Uma Obra Emblemática - arquitetos Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes - Estudo de Caso do TFG do Curso de Arquitetura da FAU/UNIBAN - Osasco - Aluno Pedro Paulo Gomes da Costa


9.                  VISITA TÉCNICA

9.1       Centro Cultural São Paulo
Localizado entre a Avenida 23 Maio e  a Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, foi projetado pelos arquitetos Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes e colaboradores.
O projeto é de 1975 e o  período  da obra se deu de 1978 à  1982. Tem área total de 300000 m2 e  área construída de 48000m2.
9.2       Sobre a Obra

FIGURA 17 –  CCSP  - croqui dos arquitetos – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Pós-Brasília: Rumos da Arquitetura Brasileira – M.A. Junqueira Bastos


Por ocasião da desapropriação das áreas na região do Paraíso para construção do Metrô/SP nos anos 70, a área seria destinada a construção de um shopping center,  hotéis, complexos de escritórios e uma biblioteca, o que foi cancelado pelo governo posterior, preservando apenas o programa da biblioteca. Os arquitetos Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  ganharam a concorrência realizada em 1976 e trabalharam no programa de necessidades em conjunto com os bibliotecários, professores e o arquiteto Aron Cohen.  A idéia era promover uma biblioteca que deixasse a vista os livros, ou seja, que “escancarasse” a informação ao público, que o leitor tivesse livre acesso às obras literárias.

FOTO 57 –  CCSP  - Vista da Avenida 23 Maio – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

Já no governo posterior, ficou decidido que a área era muito grande apenas para uma biblioteca e resolveu-se instalar um centro cultural, nos moldes  do Centro Pompidou-Paris-1977. Os arquitetos continuaram no projeto e continuaram com a premissa anterior de evitar a compartimentação, de buscar a facilidade de locomoção e encontro de atividades sem necessidade de comunicação visual.
O prédio foi projetado respeitando a topografia do local, a idéia seria convidar o usuário para dentro do edifício entre cheios e vazios.
A técnica construtiva é de estrutura mista de aço e concreto armado. O acabamento é a própria estrutura aparente, com fechamentos de vidro e cobertura acrílica.

FOTO 58 –  CCSP  - Vista interior – estrutura mista – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

Como arquitetura inovadora e arrojada, também houve problemas na execução da obra, mas contornáveis, à medida que a obra era executada.
Essa obra foi inovadora, principalmente numa  nova linguagem, enquadrada como pós-moderna. Segundo Maria Alice Junqueira Bastos no livro Pós-Brasília: Rumos da Arquitetura Brasileira, diz que “há uma despolitização da arquitetura: os arquitetos do Centro Cultural São Paulo não buscaram um desenho que,  na dimensão da arte, fosse subversivo. Deixa de ser imperativo o discurso do grande espaço comunitário; da ausência de acabamentos; ou da concepção monumental que dignifica a população numa obra pública. Resta uma preocupação com o uso democrático da obra, dentro de uma consciência da heterogeneidade de público que se visava a atender”.

FOTO 59 –  CCSP  - Vista interior – jogo de rampas – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

Tão importante ou mais que a concepção estrutural, ou mesmo o complicado desenho do Centro Cultural é a tentativa de despertar sensações no freqüentador do local tanto no programa de necessidades diversificado, como no caminhar da rua interna em diversos ambientes sem necessidade de comunicação visual.
Em visita ao Centro Cultural São Paulo em novembro/2010 pôde ser constatado o uso consolidado do espaço. Em pleno dia de semana o equipamento estava em pleno uso, seja por idosos a caminhar pelas dependências do CCSP, casais tomando café no restaurante, jovens estudantes a utilizar a biblioteca. O uso diverso de culturas, a própria arquitetura, a mudança de ambientes, democratização do espaço, etc. provocam sensações diversas.

FOTO 60 –  CCSP  - Vista interior – entorno do Centro Cultural – oferta de transporte público – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

FOTO 61 –  CCSP  - Vista interior – Biblioteca – acesso fácil à informações – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa


FOTO 62 –  CCSP  - Cobertura  – Terraço Jardim – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

FOTO 63 –  CCSP  - Circulação – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

FOTO 64 –  CCSP  - Escada – Terraço Jardim para Térreo  - arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa




               

9.3       A Obra - Programa
O programa do Centro Cultural São Paulo é dividido pelos três pisos principais (entrada pela Biblioteca): 1- Serviços; 2- Piso Técnico, 3- Biblioteca; 4- Vazio Central; 5- Rua de Distribuição; 6- Pinacoteca.

FIGURA 18 –  CCSP  - corte – desenho complexo – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Pós-Brasília: Rumos da Arquitetura Brasileira – M.A. Junqueira Bastos





  FIGURA 20 –  CCSP  - planta –  Piso Flávio de Carvalho – cota 806 – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Fonte: Centro Cultural de São Paulo


  FIGURA 21 –  CCSP  - planta –  Sala Tarsila do Amaral – cota 810 – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Fonte: Centro Cultural de São Paulo

Através da rua interna, há uma  vegetação central junto ao restaurante. Também há acesso pela escada ao terraço jardim na parte superior. Há acesso também espaço de shows onde é possível ver o show bem perto do artista. Esse espaço é visível do lado externo através de uma caixa superior de vidro. Voltando a rua principal é possível acessar o segundo anexo onde estão o teatro, o cinema e a Web Rádio. Há ainda a parte de oficinas e cursos, discoteca, acervos de preservação;
A biblioteca é dividida em três áreas: Biblioteca Sergio Milliet, Biblioteca Alfredo Volpi e Biblioteca Louis Braille, além de Gibiteca, Sala de Leitura e Infanto Juvenil.

FOTO 66 –  CCSP  - Rua Interna – Acesso a todos ambientes – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

O acesso é facilitado pela rede de transportes como diversas linhas de ônibus e a linha Norte-Sul (1) do Metrô, além de transporte individual, sem estacionamento no CCSP.
O número estimado de freqüentadores é de 2000 pessoas ao dia.