domingo, 10 de abril de 2011

Centro Cultural de São Paulo - Uma Obra Emblemática - arquitetos Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes - Estudo de Caso do TFG do Curso de Arquitetura da FAU/UNIBAN - Osasco - Aluno Pedro Paulo Gomes da Costa


9.                  VISITA TÉCNICA

9.1       Centro Cultural São Paulo
Localizado entre a Avenida 23 Maio e  a Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, foi projetado pelos arquitetos Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes e colaboradores.
O projeto é de 1975 e o  período  da obra se deu de 1978 à  1982. Tem área total de 300000 m2 e  área construída de 48000m2.
9.2       Sobre a Obra

FIGURA 17 –  CCSP  - croqui dos arquitetos – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Pós-Brasília: Rumos da Arquitetura Brasileira – M.A. Junqueira Bastos


Por ocasião da desapropriação das áreas na região do Paraíso para construção do Metrô/SP nos anos 70, a área seria destinada a construção de um shopping center,  hotéis, complexos de escritórios e uma biblioteca, o que foi cancelado pelo governo posterior, preservando apenas o programa da biblioteca. Os arquitetos Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  ganharam a concorrência realizada em 1976 e trabalharam no programa de necessidades em conjunto com os bibliotecários, professores e o arquiteto Aron Cohen.  A idéia era promover uma biblioteca que deixasse a vista os livros, ou seja, que “escancarasse” a informação ao público, que o leitor tivesse livre acesso às obras literárias.

FOTO 57 –  CCSP  - Vista da Avenida 23 Maio – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

Já no governo posterior, ficou decidido que a área era muito grande apenas para uma biblioteca e resolveu-se instalar um centro cultural, nos moldes  do Centro Pompidou-Paris-1977. Os arquitetos continuaram no projeto e continuaram com a premissa anterior de evitar a compartimentação, de buscar a facilidade de locomoção e encontro de atividades sem necessidade de comunicação visual.
O prédio foi projetado respeitando a topografia do local, a idéia seria convidar o usuário para dentro do edifício entre cheios e vazios.
A técnica construtiva é de estrutura mista de aço e concreto armado. O acabamento é a própria estrutura aparente, com fechamentos de vidro e cobertura acrílica.

FOTO 58 –  CCSP  - Vista interior – estrutura mista – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

Como arquitetura inovadora e arrojada, também houve problemas na execução da obra, mas contornáveis, à medida que a obra era executada.
Essa obra foi inovadora, principalmente numa  nova linguagem, enquadrada como pós-moderna. Segundo Maria Alice Junqueira Bastos no livro Pós-Brasília: Rumos da Arquitetura Brasileira, diz que “há uma despolitização da arquitetura: os arquitetos do Centro Cultural São Paulo não buscaram um desenho que,  na dimensão da arte, fosse subversivo. Deixa de ser imperativo o discurso do grande espaço comunitário; da ausência de acabamentos; ou da concepção monumental que dignifica a população numa obra pública. Resta uma preocupação com o uso democrático da obra, dentro de uma consciência da heterogeneidade de público que se visava a atender”.

FOTO 59 –  CCSP  - Vista interior – jogo de rampas – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

Tão importante ou mais que a concepção estrutural, ou mesmo o complicado desenho do Centro Cultural é a tentativa de despertar sensações no freqüentador do local tanto no programa de necessidades diversificado, como no caminhar da rua interna em diversos ambientes sem necessidade de comunicação visual.
Em visita ao Centro Cultural São Paulo em novembro/2010 pôde ser constatado o uso consolidado do espaço. Em pleno dia de semana o equipamento estava em pleno uso, seja por idosos a caminhar pelas dependências do CCSP, casais tomando café no restaurante, jovens estudantes a utilizar a biblioteca. O uso diverso de culturas, a própria arquitetura, a mudança de ambientes, democratização do espaço, etc. provocam sensações diversas.

FOTO 60 –  CCSP  - Vista interior – entorno do Centro Cultural – oferta de transporte público – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

FOTO 61 –  CCSP  - Vista interior – Biblioteca – acesso fácil à informações – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa


FOTO 62 –  CCSP  - Cobertura  – Terraço Jardim – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

FOTO 63 –  CCSP  - Circulação – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

FOTO 64 –  CCSP  - Escada – Terraço Jardim para Térreo  - arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa




               

9.3       A Obra - Programa
O programa do Centro Cultural São Paulo é dividido pelos três pisos principais (entrada pela Biblioteca): 1- Serviços; 2- Piso Técnico, 3- Biblioteca; 4- Vazio Central; 5- Rua de Distribuição; 6- Pinacoteca.

FIGURA 18 –  CCSP  - corte – desenho complexo – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Pós-Brasília: Rumos da Arquitetura Brasileira – M.A. Junqueira Bastos





  FIGURA 20 –  CCSP  - planta –  Piso Flávio de Carvalho – cota 806 – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Fonte: Centro Cultural de São Paulo


  FIGURA 21 –  CCSP  - planta –  Sala Tarsila do Amaral – cota 810 – Luiz Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes  / 1975 –  - Fonte: Centro Cultural de São Paulo

Através da rua interna, há uma  vegetação central junto ao restaurante. Também há acesso pela escada ao terraço jardim na parte superior. Há acesso também espaço de shows onde é possível ver o show bem perto do artista. Esse espaço é visível do lado externo através de uma caixa superior de vidro. Voltando a rua principal é possível acessar o segundo anexo onde estão o teatro, o cinema e a Web Rádio. Há ainda a parte de oficinas e cursos, discoteca, acervos de preservação;
A biblioteca é dividida em três áreas: Biblioteca Sergio Milliet, Biblioteca Alfredo Volpi e Biblioteca Louis Braille, além de Gibiteca, Sala de Leitura e Infanto Juvenil.

FOTO 66 –  CCSP  - Rua Interna – Acesso a todos ambientes – arquitetos  L.B. Castro Telles e Eurico Prado Lopes / 1975 –nov./2010 - Foto: Pedro  Costa

O acesso é facilitado pela rede de transportes como diversas linhas de ônibus e a linha Norte-Sul (1) do Metrô, além de transporte individual, sem estacionamento no CCSP.
O número estimado de freqüentadores é de 2000 pessoas ao dia.

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